VÔO

Alheias e nossas as palavras voam.
Bando de borboletas multicores as palavras voam
Bando azul de andorinhas, bando de gaivotas brancas, as palavras voam.
Voam as palavras como águias imensas.
Como escuros morcegos como negros abutres, as palavras voam.
Oh! alto e baixo em círculos e retas acima de nós, em redor de nós as palavras voam.
E as vezes pousam.

(Cecilia Meireles )

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domingo, 26 de dezembro de 2010

Projeto de leitura compreensiva até 7anos

Este projeto tem como objetivo ser um instrumento  para ajudar o professor a trabalhar melhor e com mais clareza a leitura e, principalmente a compreensão do mundo que cerca o aluno, esclarecendo alguns pressupostos teóricos de sua formação não só no aspecto cognitivo como também no aspecto psicológico e ambiental.  Facilitar sua aprendizagem objetiva através da sugestão de um plano de trabalho e de  atividades. Fornecer, também, subsídios para avaliação, assim como sugerir alternativas de ampliação, adaptação dos conteúdos propostos na escola e atualização da informação ao professor, como: bibliografias básicas, leituras suplementares, sugestões de multi e interdisciplinaridade, assim como a inserção em temas transversais tão necessários em uma cultura pluralista e diversa como a nossa cultura brasileira.

                              Apresentando o projeto

  O projeto tem como base fazer com que os alunos compreendam o que lêem, trazendo para a sala de aula uma amostragem  ampla das possibilidades expressivas e comunicativas da linguagem. Não apenas o texto literário ou informativo impresso, mas também os “textos” da vida cotidiana dos alunos: receitas, imagens em geral, propagandas, histórias em quadrinhos, charges, cantigas de roda, etc, estabelecendo uma dinâmica possibilidade de manifestação oral ou escrita, coloquial ou culta. Além do que, fazer com que percebem que, através da compreensão da leitura há mais possibilidade de concretização  de trabalho e participação na comunidade.
  Através de oficinas de compreensão da linguagem, perceber que o ensino- aprendizagem da Língua Portuguesa serve, portanto,  como ponto de apoio para a comunicação adequada em todas as outras disciplinas e com elas deve estar interligado.
  Ele se inicia desde os primeiro contatos com o mundo exterior e vai oportunizando o  letramento do aluno e sua formação como leitor. Há três momentos de percepção da leitura: sensorial, nos primeiros anos de vida; emocional, quando o leitor passa a um segundo estágio de letramento mais elaborado, mesmo que ainda no plano concreto; e intelectual ( leitura crítica) , quando o leitor começa a fazer inferências e passa para uma interpretação mais abstrata do mundo que o rodeia,  visando a se transformar em um cidadão mais eficiente não só no plano da leitura, como também e principalmente, no plano participativo da sociedade, ético e respeitador da diversidade  e da pluralidade nacional.

                          “A socialização das leituras individuais possibilita a formação e reflexão sobre pontos de vista diferentes, o que poderá ampliar a visão de cada um e trazer uma riqueza maior a todos. O conhecimento interdisciplinar acontece nas fronteiras de cada território específico de cada saber.”
                                                      Stefani, Rosaly “Referencial e parâmetros curriculares nacionais”              
                                                                       (Pcns). In: Introdução. São Paulo: Paulus,2000. p.8.
  Conhecer melhor nossa língua nos permite viver melhor e de forma mais adequada  as experiências que o mundo letrado oferece. Entendê- lo melhor nos ajuda a participar dele de forma mais ativa, mais consciente de nossos direitos e deveres. Compartilhar a comunicação é auxiliar o outro ser humano a enfrentar e vencer os desafios de um mundo cada vez mais veloz nas informações, mas muito carente de solidariedade.
  Este projeto serve como ponto de partida para o melhor desenvolvimento da linguagem, leitura, compreensão e interpretação, através de uma amostragem de estudo, produção de textos verbais e não verbais e sugestão de experiências vividas. Lembramos, porém, que a linguagem é um instrumento único e singular,  que só o ser humano possui para comunicar- se com o mundo e que deve ser facilitada, mas que será recebida de forma diferente pelos  alunos.
   No tocante à Gramática, partimos do pressuposto  de que ela sirva para estabelecer a correspondência dos segmentos falados com os escritos.  Porém,  nem tudo que se fala tem correspondência idêntica na escrita. As variantes da língua falada devem ser consideradas, mas deve-se ter cuidado ao escrever. A escrita depende de uma convenção, caracterizada pela ortografia e pelo conhecimento e percepção de suas regularidades, que é a Gramática, para unificá-la e facilitar ao leitor o entendimento do que lê. É a forma como as palavras são escritas que reforçam o sentido delas. Enfim, não se trata de haver uma ruptura com os conteúdos histórica e culturalmente adquiridos, nem  de tampouco omitir nomenclatura ou de substitui-la por outra, desta ou daquela teoria linguística, mas nosso objetivo é dar um tratamento novo a esses conteúdos, que passam a ser vistos pela perspectiva da semântica, da linguística e da análise do discurso, os aspectos mais práticos da linguagem.
   As propostas de produção de textos devem girar em torno do que já foi citado, ou seja, após o aprendizado de diferentes gêneros de texto, saber distingui- los , suas intenções, seu estilo, forma e vocabulário específico .O texto escrito só pode acontecer , portanto, se houver aprendizado e  estímulo que o desencadeie.
  Nosso objetivo, portanto,  é realizar um trabalho integrado de leitura, compreensão, interpretação, produção de textos e reflexão da língua que sirvam de referência para a ampliação do conhecimento e do entendimento do mundo.
  
                              “Utilizar as diferentes linguagens ( corporal, musical, plástica e escrita) ajustadas às diferentes  intenções e situações de comunicação , de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas idéias, sentimentos e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva.”
                              Stefani, Rosaly.op.cit. In: Objetivos gerais da Educação Infantil- Parâmetros curriculares nacionais ( Pcns.) Referencial, p.63.
                               “Utilizar as diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir as produções culturais, em contextos públicos ou privados, atendendo a diferentes intenções de comunicação.”
                               PCNs, Volume 2, Língua Portuguesa. Parâmetros curriculares nacionais. Ministério da Educação e do desporto. In Objetivos gerais do Ensino Fundamental Brasília: 1997.p.8.

                            Opção metodológica

   A escolha metodológica foi utilizar uma estrutura elaborada com muito cuidado, baseada em pesquisa/ estudo e em experiências testadas em sala de aula durante muitos anos.
   Quando se fala em pesquisa ou estudo, foram consideradas as várias teorias pedagógicas, linguísticas, filosóficas e artísticas que marcaram o século vinte e possivelmente se consolidarão no século vinte e um. Por outro lado, as experiências testadas vão de encontro a um novo desafio  imposto a todo profissional de educação e a profissionais das várias áreas atualmente, que é tentar conciliar a quantidade de informações que os bombardeiam continuamente  a uma prática diária, que dê resultados efetivos. Assim, procuramos estabelecer  um ponto de equilíbrio entre as partes.
                     “A educação é uma área interdisciplinar e aplicada, que se alimenta de formulações teóricas originárias de várias disciplinas e que se constrói no plano da prática. Entretanto, a tentativa de escolher uma só teoria como única referência para a compreensão do fenômeno educativo ( e como única proposta que levaria à solução dos problemas concretos) é uma conduta bastante comum na área da Educação no Brasil.
                     É importante destacar que essa idéia de escolha da teoria coloca o educador numa situação bastante arriscada. Particularmente dada a natureza aplicada de sua área de atuação. Pode levar a um consumo superficial da teoria tida como a “melhor” num determinado momento e à desconsideração de outras abordagens que poderiam ser igualmente enriquecedoras. Pode levar, também, a uma utilização simplificadora de princípios mal compreendidos e, ainda, ao abandono total da teoria em questão quando uma outra passa a ser considerada a melhor referência. Provavelmente a conduta mais fecunda seria o  estudo de muitas perspectivas diferentes, no sentido do aprimoramento  técnico do profissional e, portanto, uma elaboração refinada de sua prática à luz das diversas abordagens estudadas. Diferentes teorias podem, certamente, trazer contribuições relevantes à compreensão do fenômeno educativo.”
                    Oliveira, Marta Khol de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento- um processo  sócio -                                                                                     
                                   Histórico. São Paulo. Scipione. 1993. p.103


                         

Deve-se levar em conta, na seleção dos textos:
a)      A adequação à faixa etária pretendida.
b)      A prontidão  para absorver, apreciar determinados gêneros ou estruturas da língua de acordo com as necessidades psicológicas de cada fase de desenvolvimento e de acordo com os aspectos sociais dos envolvidos.
c)      Estabelecer a relação entre essas necessidades psicológicas, sociais e os aspectos de forma e conteúdo das atividades.
d)      Relacionar o aprendizado do Português com outras disciplinas, na tentativa de ajudar o professor e o aluno a trabalharem  com a Multi- interdisciplinaridade.
Lembrando que a multidisciplinaridade é um processo interior, que acontece dentro do indivíduo e que o torna aberto ao novo e  o faz integrar os conhecimentos das diversas disciplinas. E que a interdisciplinaridade é um processo exterior, que coloca os diferentes profissionais e respectivas áreas do conhecimento em interação para que, juntos estabeleçam projetos de ação conjuntos e os executem de acordo com as possibilidades do momento.

                     

      Para ajudar o professor em suas atividades, colocamos aqui algumas orientações sobre o que se pode esperar das diversas faixas etárias:
1e 2a  séries ( por volta dos 6, 7 anos)
   Nessa faixa etária, os temas são ligados ao desenvolvimento emocional e ao aperfeiçoamento das habilidades sociais. Entre os 6 e 7 anos, os conceitos sofrem uma transformação qualitativa, adquirindo aspectos mis amadurecidos, ou seja, as crianças vão aprendendo a fazer distinções por si mesmas.
  Nessa fase, também , desenvolvem a capacidade de perceber como as coisas se agrupam no mundo. Aprendem o que significa forma e cor, isto é,  comprendem que um lápis amarelo e um narciso são da mesma cor, e pessoas com o mesmo sobrenome geralmente são da mesma família. Algumas progridem mais que outras. A ligação com os pais  e os professores nessa fase é muito importante e pode ser muito positiva, se forem mais tolerantes e compreensivos, ou seja se houver uma relação boa com elas.
As atividades nessa fase devem procurar oferecer oportunidades de estimular e apoiar os interesses  dos alunos, melhorando sua capacidade de expressão, apesar de se saber que a influência dos pais é mais importante nesse momento. Pais que estimulam, encorajam e aplaudem, fazem com que as crianças tenham maior rendimento e aproveitem melhor as oportunidades que a escola oferece. Estímulo e exemplo são os elementos mais importantes para uma criança nesta faixa etária e que vai auxiliar a melhorar o seu vocabulário. 
   A distinção entre famílias que se expressam com facilidade e as que falam pouco parece indicar também diferenças nesse sentido. Seria incorreto classificar uns de certos e outros de errados. O que se evidencia é que diferentes tipos de padrões de relacionamento entre pais e filhos desta faixa etária podem ser associados ao desenvolvimento de diferentes padrões de personalidade.  As crianças sofrem influência dos pais e dos estímulos externos através de características que elas imitam ou contra as quais reagem e é através de exercícios de comportamentos, efetivam hábitos.
   Falar e ler são duas tarefas que estão ligadas às palavras  e à dificuldade ou progresso em uma delas e geralmente implica em dificuldades ou progresso em outra. Quando são pequenas, com 4 ou 5 anos, cerca de três quartos do que elas falam não se dirige a ninguém em particular. Não necessitam de qualquer resposta que mostre que a pessoa entendeu o que disseram.
   Entretanto, por volta dos 6, 7  anos, essa característica se torna um meio de comunicação  com os outros e deixa de ser uma explicação apenas para si mesma e é por isso que se torna necessário um cuidado especial na escolha dos temas e na forma trabalhada nestas duas séries iniciais. Na mesma idade, as crianças se tornam capazes de expressar em palavras o que planejam fazer no futuro, quando antes só podiam descrever suas ações no momento em que as praticavam.


http://www.educacional.com.br/home.asp



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